terça-feira, 16 de agosto de 2011

O ponta-pé inicial. De um estacionamento à quadra.


Para quem não conhecia a antiga E. E. Tomaz Galhardo nunca poderia imaginar o tamanho de seu espaço interno e o que poderia ser aproveitado atrás dos muros de mais de 2 metros que a cercam.

Com as mudanças bruscas no bairro da Vila Romana, como o envelhecimento dos moradores e a valorização imobiliária ocasionando a construção de diversos condomínios de luxo, o antigo colégio estadual passou a não se enquadrar nas novas características da região que se elitizava. Os novos morados, que apresentam um maior nível econômico, buscam um ensino de qualidade para seus filhos, qualidade essa que as escolas públicas infelizmente não fornecem, devido, entre outras, pela falta de investimento na educação pública por seguidas gestões políticas. Dessa forma a procura de colégios particulares se intensificou.

 Muitos protestos foram feitos contra o fechamento, mas o seu fim já estava anunciado tendo em vista que a escola funcionava com 11 salas vazias e com um número de 207 alunos de 1º a 4º série, matriculados no ano de 2004. Lembrando que, antes da divisão feita pelo Governo do estado de São Paulo em 1996, na qual apenas alunos de 1º a 4º série continuaram no prédio, o Thomas Galhardo vivia seus tempos áureos e chegou a ter três períodos de aula (manhã, tarde e noite). Atendia alunos de 1º série ao 3º colegial e com suas salas cheias comportava quase a totalidade de crianças e adolescentes que moravam na Vila Romana. Assim é possível dimensionar a evasão que a escola sofreu. 


                                                                             Ano 2005  
 fonte:http://www.tudoeste.com.br/?DS=ttl_thomaz-galhardo-pode-virar-emei|Pub_4|smfr_3|CodArt_1073

No ano de 2005 o colégio encerrou as suas atividades deixando uma pergunta na cabeça de muitos moradores, “ O que isso vai virar?”.  E aquele prédio com infraestrutura para um ótimo colégio da rede pública se transformará em um verdadeiro elefante branco pela falta de investimentos provenientes do Estado?

Diversos boatos e especulações foram feitas durante os anos nos quais a escola permaneceu fechada. Alguns anos depois os moradores do bairro obtiveram uma resposta verdadeira:
O espaço que antes era do antigo E. E. Tomaz Galhardo agora seria casa da Diretoria de Ensino de Pirituba/ Jaguara e de uma creche.

Essa questão de “melhor utilização” do espaço foi enfim solucionada.
Mas novas perguntas começaram a surgir:
- Mas e os moradores que não pertencem aos condomínios de luxo?
-Quais outras transformações o capital imobiliário irá imprimir no bairro sem que se atente às opiniões dos moradores ali existentes?
- O bairro valorizou para quem?
- Porque melhor utilização está dentro das “ “ e sublinhado ?

Julio Maia, Valter Alegre e Leonardo Varallo – Movimento Boa Quadra.

Mais informações: